Vox

by - 08:36



"O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade.
Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir.
Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz."

Dra. Jean McClellan, era especialista em Neurolinguística, esposa de um médico e mãe de 4 filhos.
Vivia em uma verdadeira bolha, quando Sam Myers assumiu a presidência sendo orientado por um reverendo chamado Carl. 
Eles formaram um governo extremista que distorcendo as escrituras bíblicas, proibiu todas as mulheres de trabalhar, ler qualquer tipo de coisa, seja livro, revista ou um simples bilhete, restringiu também as palavras que poderiam pronunciar durante o dia, limitando-as a apenas 100, colocando nelas uma pulseira/contador. Desde pequenas elas já recebiam esse novo apetrecho.

Uma distopia que causa muito desconforto quando colocamos a empatia para trabalhar.
Fala sobre homossexualidade, sobre o posicionamento das mulheres em uma sociedade completamente machista de uma forma extrema, fala sobre controlar outro ser humano, e sobre ser controlado.
Me fez refletir em muitos aspectos.

Jean tinha uma filha pequena de mais ou menos 5 anos, Sonia.
Desde pequena foi ensinada a quase não falar, se comunicar apenas com as poucas palavras que eram permitidas.
Existiam câmeras nas ruas para flagras caso tentassem se comunicar sem usar as palavras, ou sejam através de gestos.

Eles exigem submissão total. Eram tratadas como ninguém.
"Nós nos transformamos em males necessários, objetos para ser fodidos e não ouvidos."
Caso ultrapassassem o número de palavras eram punidas com choques que aumentavam de intensidade de acordo com o aumento de palavras.
Realmente a protagonista era uma mulher aparentemente fraca, sem posicionamento dentro ou fora de sua casa, não tinha autoridade com seus filhos principalmente com Steven o mais velho de 17 anos. 
Uma personagem que faz com que a história seja mais real do que que já é. Mesmo que seja lindo ver uma mulher forte e guerreira não se conformando com o que é imposto e lutando pelo o que quer, sabemos que a maioria das pessoas e nós mesmo, ficaríamos de mãos atadas ou com medo do que pode acontecer com sua vida e de sua família. 

O que é impossível não se perguntar neste livro é:
- O que eu faria no lugar dela?

A muitos anos atrás quando ainda estava na faculdade, conheceu Jackie, uma verdadeira feminista ou alem disso uma mulher que previa o mal que podia vir sobre eles, e estava sempre lutando conta o sistema o governo ou o que pudesse calar a sua voz.
"Minha Culpa começou há duas décadas, na primeira vez em que não votei, nas vezes incontáveis em que disse a Jackie que estava ocupada demais para ir a uma das suas passeatas..."
Em meia a toda essa desperança ela tem a oportunidade de ter sua liberdade de volta e alem disso, lutar pela liberdade de todas as mulher.

Existem tantos pontos a serem pensados neste livro que não sei nem descrever.
A importância que cada um de nós tem na sociedade, e ao mesmo tempo o quanto o amor e a empatia pelo próximo são deixados de lado.
As diferenças existem para serem respeitadas, e a muitos anos pessoas lutam por muitas causas e cada uma tem sua importância.
Sentir que uma realidade como essa não está tão distante de nós assim, causa medo.

Só o que me incomodou foi  o triangulo amoroso que surge na história, algo que poderia ser facilmente descartado.

Gostei demais do livro por me fazer pensar, por me manter tão ligada na história, me causando diversos sentimentos diferentes.

Título: Vox
Autor (a): Christina Dalcher
Editora: Arqueiro
Ano: 2018
Páginas: 320
Classificação: 4/5 ⭐

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